Com mais de 900 inscritos e direito à participação de integrantes da bateria e passistas da Estação Primeira de Mangueira na abertura, teve início nesta terça-feira (06), no Rio de Janeiro, o III Congresso Nacional de Comunicação dos Tribunais de Contas. Uma programação de alto nível que reforça a necessidade de aumentar a presença dos Tribunais no debate público do país utilizando de forma criativa as ferramentas disponíveis. O tema central é “Estratégia, Inovação e Diálogo com a Sociedade”.
Citando o poeta alemão Goethe, expoente fundamental do romantismo europeu, o presidente da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil – Atricon, conselheiro Edilson de Sousa Silva, lembrou que “falar é uma necessidade, ouvir é uma arte”, em referência a um caminho de mão dupla na interlocução com a coletividade, onde ouvir suas demandas é tão importante quanto divulgar ações e projetos.
Edilson Silva destacou também a necessidade de transformar dados e relatórios em narrativas “cativantes”, ou seja, capazes de capturar as atenções dos públicos impactados positivamente pelas ações dos Tribunais de Contas. Nesse contexto, ganha destaque não somente o uso da linguagem simples, mas também o uso criativo e equilibrado das redes sociais e dos recursos da Inteligência Artificial, temas amplamente discutidos neste primeiro dia de evento.
Confirmando o sucesso esperado, o painel de abertura, com as jornalistas Natuza Nery e Giuliana Morrone enfatizou a transparência como a melhor forma de se relacionar com os veículos de comunicação e evitar desgastes. Segundo Natuza Nery, os Tribunais precisam investir na construção de uma “aliança” com a sociedade que seja capaz de servir como escudo às ameaças do mundo político e econômico.
Com mediação do conselheiro Joaquim de Castro, coordenador do evento e da Rede de Secretários de Comunicação dos Tribunais de Contas (Rede Secom), o primeiro painel do III CNCTC trouxe a
vivência de duas importantes jornalistas da atualidade, com importantes lições para a comunicação do sistema Tribunais de Contas. “Estamos na era da transparência, onde tudo emerge. As lideranças precisam compreender essa nova dinâmica”, afirmou a jornalista Giuliana Morrone.
O uso da Inteligência Artificial (IA) na comunicação dos Tribunais de Contas e as transformações impostas à comunicação pública pela onipresença das redes sociais foram temas de dois painéis que abriram a segunda parte da programação. O primeiro trouxe a experiência dos especialistas Ben Hur Correia, repórter do grupo Globo e Márcio Borges, pesquisador associado da NetLab UFRJ.
No segundo painel, as presenças do chefe de Divisão de Comunicação Audiovisual do Banco Central, Gustavo Igreja, e do presidente do Instituto Brasileiro para Regulamentação da Inteligência Artificial, Marcelo Senise, garantiram uma reflexão importante sobre o desafio de aprender com as redes sociais sem abrir mão da relevância dos conteúdos a serem trabalhados. “A comunicação pública nasceu falando latim e precisa sobre viver no universo dos memes”, sintetizou Gustavo Igreja.
A programação do primeiro dia do III CNCTC prosseguiu até o final da tarde com a apresentação da experiência do Reporta Mais, tendo como palestrantes o Analista da Embrapa/Presidente da Associação Brasileira de Comunicação Pública - ABCPública, Jorge Duarte, e a jornalista Katia Brembatti, presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo - Abraji. A apresentação de boas práticas de Comunicação dos Tribunais de Contas anfitriões do evento para troca de conhecimentos e o fortalecimento do Controle Externo no país encerrou a programação do dia.
O III Congresso Nacional de Comunicação dos Tribunais de Contas (CNCTC) prossegue até quinta-feira (7), no Ribalta, espaço multieventos localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O encontro reúne comunicadores, especialistas, acadêmicos, servidores e membros dos Tribunais de Contas de todo o país para debater os desafios contemporâneos da comunicação institucional no controle externo.
O evento é uma realização conjunta da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro (TCMRio) e Instituto Rui Barbosa (IRB), e conta com o apoio institucional do Conselho Nacional de Presidentes dos Tribunais de Contas (CNPTC), da Associação Brasileira dos Tribunais de Contas dos Municípios (Abracom) e da Associação Nacional dos Ministros e Conselheiros Substitutos dos Tribunais de Contas (Audicon) e patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Águas do Rio, Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) e Centro Industrial do Rio de Janeiro (CIRJ) e Multiplan.